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INTERMARCHÉ
Selecção de Enófilos
Desafio
A Selecção de Enófilos do Intermarché representa a colaboração entre o trabalho do homem e das aves, da qual resultam vinhos de qualidade e ecossistemas protegidos. Era preciso dar personalidade aos pássaros e contar as suas histórias, enquanto amigos da vinha.
Ideia
Tal como cada um de nós tem o seu tom de voz e de comunicação, também os pássaros têm o seu tom, o seu tipo de piar e a sua forma de comunicar. Assim, a primeira coisa que fizemos foi ouvi-los. Depois, distinguimo-los consoante as suas características vocais, físicas, alimentares e comportamentais, e percebemos o que fazia de cada pássaro um amigo da vinha e do produtor
Resultado
Criamos uma história para cada um, ilustrando os seus traços de personalidade e a ligação com a região vinícola onde habitam, e demos-lhes alcunhas. Da Fadista do Velho Mundo ao Agente Secreto, do Lorde Insaciável ao Amigo Dedicado, todos partilham o compromisso de proteger as vinhas e contribuir para a proteção do nosso ecossistema.



AVES AMIGAS DA VINHA
A REGIÃO VINÍCOLA DO DÃO
& O CHASCO-CINZENTO
O SURICATA DOS PÁSSAROS
O Chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe) e as vinhas desta Região demarcada dão-se bem. Desde logo, partilham o gosto pelas alturas: as vinhas estão situadas entre os 400 e os 700 metros de altitude e este visitante estival das terras altas do norte e centro do território nidifica quase unicamente acima da quota dos 800 metros. Se há ave que assume uma atitude vigilante é Chasco-cinzento, com as suas pernas compridas e uma postura ereta, qual suricata das aves. O macho tem ainda uma aura de super-herói, com a sua mascarilha preta. Exerce um controlo especialmente eficaz em relação às moscas, aliás Oenanthe é um género da família dos papa-moscas.
Curiosidade:
Sobre a ave: Oenanthe deriva do grego ainos, “vinho“ e anthos, “flor”. O seu nome evoca o regresso destas aves à Grécia na primavera, exatamente na altura em que a vinha floresce.
Sobre o vinho desta Região: Excecional capacidade de envelhecimento em garrafa dos vinhos produzidos nesta Região.

O ANJO AZUL DA VINHA
AVES AMIGAS DA VINHA A REGIÃO VINÍCOLA DO TEJO & O CHAPIM-AZUL
O Chapim-azul (Cyanistes caeruleus) é um verdadeiro apreciador do território nacional e durante todo o ano pode ser avistado na região de Lisboa e Vale do Tejo, Serras de Sintra e da Arrábida. Destemido e ágil, alimenta-se de insetos, lagartas - entre as quais a famosa Lagarta do pinheiro (Processionária) -, bem como sementes, pólen e néctar, cumprindo a missão de controlador de pragas e de polinizador. Recebe, por isso, a medalha de “animal auxiliar”, sendo um precioso aliado do viticultor da Região. Para o reconhecer quando o avistar, qual anjo protetor da vinha, note a auréola azul desta ave.
Curiosidade:
Sobre a ave: Por ano, o Chapim-azul é responsável por retirar aproximadamente 7 kg de mosquitos de circulação.
Sobre o vinho desta Região: A qualidade dos vinhos desta Região, produzidos em solos da Charneca, na margem esquerda do rio Tejo, são mais pobres e por isso permitem maiores concentrações de açúcar e a criação de vinhos verdadeiramente extraordinários.

AVES AMIGAS DA VINHA A REGIÃO
VINÍCOLA DO ALENTEJO & O VERDILHÃO
O AGENTE SECRETO
O Verdilhão (Carduelis chloris) não é ave pisca na alimentação e, por isso, quantos mais insetos e sementes, melhor. Robusta, rechonchuda, de coloração amarelada, é uma espécie de agente secreto do biocontrolo, pois camufla-se perfeitamente nas planícies douradas alentejanas. O seu disfarce pode ser descoberto pelo seu piar estridente, mas com cerca de 22.000 hectares de vinha que existe no Alentejo, o Verdilhão tem muito por onde se expressar livremente.
Curiosidade:
Sobre a ave: Choris, do grego “khloros”, significa amarelo-esverdeado ou verde pálido.
Sobre o vinho desta Região: As enormes planícies alentejanas, combinadas com o clima quente e seco, e solos pouco férteis, dão origem a vinhos notáveis.

O AMIGO DEDICADO
AVES AMIGAS DA VINHA A REGIÃO VINÍCOLA DO DOURO & O PINTARROXO
O Pintarroxo (Carduelis canabina) que Oscar Wilde apresenta no seu conto “O amigo dedicado”, pergunta: “E diga-me, rogo-lhe: que ideia forma o senhor dos deveres de um amigo dedicado?”. Nem de propósito, esta ave de peito cor de framboesa dedica-se à proteção das vinhas da Região do Douro: as margens sinuosas e retorcidas do rio não representam dificuldade para esta ave, que gosta de encostas para se reproduzir e, como tal, ali se alimenta essencialmente de sementes e insetos, contribuindo para manter esta paisagem-património com ama saudável beleza.
Curiosidade:
Sobre o vinho desta Região: Durante séculos associada quase exclusivamente à produção do fabuloso vinho do Porto, esta Região produz hoje, em apenas 4000 hectares plantados, grandes vinhos, tintos e brancos. Os solos são particularmente difíceis de trabalhar, mas permitem mostos com elevada concentração de açúcar e de cor.

AVES AMIGAS DA VINHA A REGIÃO
VINÍCOLA DO VINHO VERDE
& A ESTRELINHA DE CABEÇA LISTADA
A PEQUENA CABEÇA DE LISTRA
A Estrelinha-de-cabeça-listada (Regulus ignicapilla) mais se assemelha parece a uma amostra de ave em tamanho e em peso, mas exerce um papel respeitável na manutenção do ecossistema. Com apenas 5 gramas, é a mais pequena e a mais leve ave da Europa. Contudo, a sua presença faz-se notar desde logo pela sua coroa cor de sol, pelas listras brancas e pretas por cima dos olhos, e pela plumagem da cor da Região do Vinho Verde, que tão bem conhece. Discreta no canto, o seu tamanho e agilidade são-lhe favoráveis, capturando insetos que ficam presos em teias de aranha, ou outros invertebrados que, para aves maiores, são de difícil alcance. Destaca-se, assim, como a mais pequena cabeça de list(r)a empenhando-se na causa de uma vinha saudável.
Curiosidade:
Sobre o vinho desta Região: É a maior zona vitícola portuguesa, de temperaturas amenas quase todo o ano, pela influência das brisas marítimas e pela riqueza dos seus recursos hidrográficos. Os solos, maioritariamente graníticos, aliados a um nível de humidade atmosférica relativamente alto, produzem vinhos brilhantes, tipicamente acidulados e leves.

AVES AMIGAS DA VINHA A REGIÃO VINÍCOLA DA BAIRRADA
& O PISCO DE PEITO AZUL
O LORDE INSACIÁVEL
O Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) tem Portugal como um destino favorito durante oito meses por ano. A Região Vinícola da Bairrada, pela sua proximidade dos rios Vouga, Mondego, e também do Cértima, Levira, Águeda, Boco e Varziela, é um poiso certo pois disponibiliza um buffet com iguarias apreciadas por esta charmosa ave que, a bem da verdade, é 90% garganta: o macho exibe uma vistosa mancha azul-cobalto nessa zona do corpo que se mistura com raias vermelhas, o que lhe confere um ar de Lorde inglês. A beleza precisa de bom sustento, e os produtores de vinho agradecem o facto deste Pisco-de-peito-azul não ser esquisito: entre coleópteros (besouros), dípteros (moscas, mosquitos), lepidópteros (borboletas), insetos aquáticos e larvas, haja o que houver, vai.
Curiosidade:
Sobre a ave: Consegue imitar o canto da cotovia (Alaudidae).
Sobre o vinho desta Região: É a maior zona vitícola portuguesa, de temperaturas amenas quase todo o ano, pela influência das brisas marítimas e pela riqueza dos seus recursos hidrográficos. Os solos, maioritariamente graníticos, aliados a um nível de humidade atmosférica relativamente alto, produzem vinhos brilhantes, tipicamente acidulados e leves.